Vou contar de uma bailanta que existiu no meu pontão Indiada do queixo roxo que nunca froxou o garrão Vinho curtido em barril e cachaça de borrachão Os gaiteiros que eram buenos davam a mostra do pano O Carlito e o Dezidério o Felicio e o Bibiano Cambiando com o Juvenal num velho estilo pampeano Dona China passou ruge ajeitou bem o cocó Cruzou o Jaguapasso, lavou os pé no Jaguassengó Na bailanta do tibúrcio balanceava o mocotó Lembranças que são relíquias dos meus tempos de guri Os pares todos bailando cousa mais linda eu não vi Um agarrado no outro pra mode de não cair E lá pela madrugada bem na hora do café Dom Tibúrcio o mestre sala gritava batendo o pé Agora levanta os home para cumê as muié Milho assado era o catete plantado de saraquá Feijão preto debulhado a bordoada de manguá Boia melhor do que essa lhes garanto que não há É lá no velho Pontão linda terra de fartura Queijo, ambrosia e melado bolo frito e rapadura Batata deste tamanho e mandioca desta grossura Mas que tempo aquele tempo que se vivia feliz Só a saudade restou lá no garrão do país Da bailanta do Tibúrcio vertente, cerne e raiz